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terça-feira, 7 de abril de 2015

REVOLUÇÃO RUSSA (1917)

No século XIX, a Rússia era um país atrasado em relação aos demais. Sua economia baseava-se na agricultura. Os servos  trabalhavam, mas os senhores feudais não tinham o menor interesse de modernizar as plantações. O país era governado pelo Czar (Imperador), que tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam submetidos a ele. Então, o czar Alexandre II tomou algumas providências:
- Aboliu a servidão
- Vendeu terras aos camponeses
- Mandou ocupar novas áreas agrícolas
Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou exportador de grãos, além de ter favorecido o aumento da população. Esse aumento trouxe algumas conseqüências graves, como por exemplo, a dificuldade de se encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e revolta. A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de industrialização. Várias fábricas foram implantadas e a Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial.
Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este conflito desorganizou a economia piorando a situação dos operários e camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o czar. No ano seguinte (1905), os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um abaixo-assinado ao Imperador pedindo melhoras nas condições de vida e a instalação de um parlamento. O czar respondeu com um massacre promovido por suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo. Este episódio ficou conhecido como Domingo Sangrento. Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a instalação do parlamento (Duma). Entre os anos de 1907 e 1914, com o czar Nicolau II, a Rússia voltou a ter uma aparente tranqüilidade, pois houve uma alta no crescimento industrial e os camponeses ganharam terras.
Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas idéias de Karl Marx, eles acreditavam que todos os problemas do país só acabariam se o capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse implantado. O Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) era o principal partido de oposição ao governo czarista e se dividia em dois grupos:
- Bolcheviques (maioria): queriam derrubar o czarismo pela força, eram liderados por Lênin e acreditavam que o governo deveria ser diretamente controlado pelos trabalhadores.
- Mencheviques (minoria): propunham a implantação do socialismo através de reformas moderadas e acreditavam que a burguesia deveria liderar a nova república a ser constituída após a queda do Czar Nicolau II.
A entrada da Rússia na Primeira Grande Guerra (1914) trouxe várias conseqüências:
- Desorganização da economia
- Fome, pobreza e racionamento
- Saques, passeatas e protestos contra o czar
- Renúncia do czar em 1917 diante da pressão popular.
Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se identificavam com os interesses da burguesia russa - Mencheviques) assumiu o poder. Esse governo adotou algumas medidas, como:
- Anistia para presos políticos
- Liberdade de imprensa
- Redução da jornada de trabalho para 8h.
Estas medidas agradaram à burguesia, mas os camponeses (queriam terras) e operários (queriam melhores salários) não gostaram, principalmente porque a Rússia ainda continuava na Primeira Guerra Mundial.
Os sovietes eram organizações políticas que nasceram no seio das camadas populares e representavam os interesses dos trabalhadores. Assim, havia os sovietes de operários, de camponeses e de soldados. Expressavam uma forma de poder popular em oposição ao governo provisório e se tornaram decisivos nos rumos políticos do país. Lênin, apoiado pelos sovietes e por uma milícia popular (bolcheviques), formou o Exército Vermelho, e os mencheviques, com apoio da burguesia, formou o Exército Branco. Estoura em 1918, a Guerra Civil Russa. Os bolcheviques, em maior número, vencem a Guerra Civil. Lênin agora no poder, toma várias medidas, como por exemplo:
- As terras da Igreja, nobreza e burguesia foram desapropriadas e distribuídas aos camponeses
- Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos,etc)
- Saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial.

A idéia dessas medidas era criar igualdade entre os homens, pois, segundo o Marxismo, sem propriedade não haveria exploradores e explorados. Porém, várias foram as dificuldades que surgiram durante o governo e o novo regime se tornava mais autoritário, distanciando cada vez mais o sonho de criar uma sociedade onde todos fossem livres e iguais.
Após o término da guerra civil, em 1921, a Rússia estava com a economia esfacelada e buscava-se por alternativas para melhorar a economia russa. Lênin adotou a implantação da NEP (Nova Política Econômica), a fim de reestruturar a economia e acabar com as desigualdades sociais, a fome e a miséria na Rússia. Para implantar a NEP, o governo russo permitiu a aplicação de práticas capitalistas, admitindo a entrada de capitais estrangeiros que financiaram a fundação de empresas privadas. A NEP isentou a população das cidades de prestar serviços obrigatórios, a livre circulação da mão de obra foi permitida, suprimiu-se o pagamento salarial igualitário, sendo agora o salário de acordo com a quantidade produzida.
A NEP teve resultados satisfatórios no campo econômico, porém não foi tão bom assim. No campo, surgiram camponeses ricos que pagavam um salário para outros camponeses. Para os comunistas essa atitude representava a volta da exploração capitalista. Nas cidades, os grandes empresários lucravam com essa nova economia e isso fortaleceu o aumento das desigualdades sociais.
As nações que antes se viam submetidas ao czar, observaram a necessidade de se aliarem geograficamente e politicamente, surgindo assim, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Após a morte de Lênin, Trotsky e Stálin foram os dois líderes que disputaram o poder. Stálin saiu vencedor.
Decidido a industrializar o país, ele só podia contar com dinheiro que vinha da agricultura, já que não podia fazer empréstimos internacionais por causa da pobreza em que o país se encontrava. Primeiramente, Stálin aboliu a NEP e criou os Planos Quinquenais. Neles eram estabelecidas as metas da economia russa em um prazo de cinco anos. De forma geral, Stálin priorizou o desenvolvimento industrial dando maior ênfase nas indústrias de base (mineração, máquinas e energia). Com o alcance de números positivos, os planos qüinqüenais posteriores buscaram desenvolver os demais aspectos da indústria nacional.
No campo, a socialização das terras foi parcialmente adotada. Dividindo atribuições, as terras cultiváveis foram subdivididas em:
- Sovkhozes (fazendas do Estado): estavam mais concentradas na porção asiática. A produção era totalmente apropriada pelo Estado, que comercializava, sendo os salários fixos, pagos pelo Estado. Foram perdendo produtividade devido à falta de estímulo para os trabalhadores e também porque os equipamentos ficaram obsoletos.
- Kolkhozes (fazendas cooperativas): a produção era mecanizada e dividida entre os agricultores e o Estado. Eram em maior número, estando concentradas na porção européia. Os salários eram pagos pelo próprio Kolkhozes e variava em função da produção total e das horas trabalhadas. Geralmente, a produtividade era um pouco mais alta, pois os agricultores cooperados se beneficiavam quando a produção era maior.
Muitos camponeses tiveram suas terras apropriadas pelo governo de Stálin, o que gerou alguns conflitos no meio rural. Aqueles que se negaram a entregar suas terras eram mortos ou deportados para a Sibéria e a Ásia Central. O totalitarismo implantado por Stálin na URSS mantinha um rígido controle sobre a imprensa e a cultura em geral.
Nas fábricas, os operários foram proibidos, sob ameaça de morte, de fazer greve ou mudar de emprego. Apesar disso, as metas de Stálin foram alcançadas e a União Soviética passou por um processo de modernização e industrialização. A URSS se tornou uma das maiores potências do planeta, entretanto, esse crescimento não foi acompanhado por melhorias nas condições de vida do povo russo. O Estado enriqueceu, mas às custas de muita exploração.

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